Frase foi dita por John Lennon há 44 anos; Ringo Starr criticou elogios feitos pela instituição católica
Foto: AP
Aproveitando os 40 anos do fim do grupo inglês, uma reportagem no jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano, elogiou o grupo, dizendo que devido a beleza de suas músicas, o comentário sobre Jesus passa a ser insignificante.
"É verdade, eles usavam drogas e se deixavam levar pelo sucesso", diz o artigo. "Eles até chegaram a dizer que eram mais populares que Jesus. Mas, ouvindo suas músicas, tudo isso parece distante e insignificante."
De acordo com o NME, a reportagem ainda diz: "As lindas melodias deles, que mudaram pra sempre o cenário da música pop e ainda nos causam emoção, permanecem como joias raras". A banda foi definida como "o mais duradouro, consistente e representativo fenômeno na história da música pop".
Resposta de um Beatle
Apesar da instituição religiosa tentar passar uma borracha no que aconteceu, Ringo Starr criticou o comentário, durante entrevista para a CNN.
"O Vaticano não disse que nós éramos satânicos? E ainda assim perdoam a gente?", disse o ex-beatle. "Eu acho que eles têm coisas mais importantes a dizer além dos Beatles."
Entenda
Durante uma entrevista para o jornal inglês The Evening Standard, em março de 1966, John Lennon disse: "O cristianismo irá desaparecer. Vai diminuir e encolher. (...) Hoje nós [Beatles] somos mais populares que Jesus. Não sei quem vai desaparecer primeiro, o rock'n'roll ou o cristianismo".
A afirmação, claro, gerou polêmica e desagradou os devotos norte-americanos da igreja católica. Além de protestos verbais, álbuns dos Beatles chegaram a ser queimados em público, estações de rádio baniram algumas de suas músicas e pessoas até tentaram impedir a realização de algumas apresentações do grupo nos EUA.
Em agosto do mesmo ano, John Lennon se defendeu, durante uma entrevista em Chicago, dizendo: "Se tivesse dito que a televisão era mais popular do que Jesus, ninguém teria ligado. Eu só usei o termo 'Beatles' para exemplificar. Meu comentário se referia ao que acontece na Inglaterra. Lá somos mais influentes para os jovens do que a religião. Não era minha intenção ofender, mas é um fato. Não quis comparar Jesus Cristo a uma pessoa, nem nada do tipo. Fui mal interpretado".
Creditos:Revista Rooling Stone
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